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Uma visão de quem vê os fornecedores não se comprometerem com os preços praticados na internet

Vimos por meio dessas reportagens abaixo demonstrar o mal que os preços praticados na internet representam para o negócio varejista tradicional. Criaram métricas, estatísticas digitais que não se convertem em lucro e são pura especulação nas bolsas de valores. Os lucros vêm através da expectativa de crescimento, visitações, conversões dos sites, gerando especulação das ações nas bolsas de valores. Expectativas geradas pelas previsões trimestrais futuras de seus desempenhos. Lembre-se que no segundo trimestre de 2018, o Facebook tinha planejado um crescimento de 9% na sua base de assinantes e não atingiu o objetivo. Cresceu somente 6%. Resultado: perda de US$ 119 bilhões de dólares em um único dia, pois esse mau resultado comprometeu os trimestres seguintes.

É fato! O problema é a máxima que a internet é o negócio do futuro, isso se fala há mais de 10 anos, e nossos fornecedores abastecem esse canal indiscriminadamente, desprestigiando o canal convencional de varejo. Fornecedores não dão conta que as margens negativas praticadas na internet prejudicam os negócios reais, físicos, e não tomam conta de seus mercados tradicionais. As vendas virtuais representam de 6% a 10% das vendas totais e mesmo assim os fornecedores irresponsavelmente não se preocupam com esses números. Deixam essa mísera fatia ditar os valores de mercado de 90%-94% do varejo tradicional e não tem intenção de estabelecer uma conduta para preservar margens saudáveis a seus clientes de pequeno e médio portes. Tanto esse mercado não gera lucro que a americanas.com remodelou o negócio virtual desmontando as vendas próprias, substituindo pelo market place. Nesse modelo o “parceiro” pode vender com prejuízo que o operador SEMPRE recebe a comissão da mesma forma. Não tem prejuízo na operação em nenhuma hipótese, pois recebe a comissão pelo valor da venda e não sobre o lucro do “parceiro”.

Afora a internet, os grandes varejistas já têm suas vantagens de poder de negociação criando mecanismos próprios de pressão que preservam sua rentabilidade. Uns não pagam seus compromissos em dia se não tem o objetivo de giro atingido e mesmo que alcancem, pagam somente se o fornecedor fizer reposição dos seus estoques ou ainda oferecem taxas de antecipação mesmo depois de vencidos os compromissos. Outros, voltam e meia, passam o chapéu solicitando verbas extras com as mais diversas justificativas como implementação de logística própria, contribuição para ajuste de rentabilidade, verba para eventos, verbas para efetivarem vendas de fim de trimestre (carro forte na conta) e o que mais lhes vierem à cabeça para chantagear os fornecedores por troca de compras futuras. Ainda tem os varejistas que usam de fórmulas não republicanas e arrasam o mercado promovendo slogan de “barateiro”.

Ora, senhores fornecedores, abram os olhos, por favor!

Sabemos que não passam por situação fácil. Tanto produtores nacionais como importadores tem seus obstáculos, mas em comum devem proteger o mercado especializado de brinquedos, base do mercado que compra de janeiro a dezembro. Haja visto o mercado americano com o exemplo da Toys R Us. Concentração não é saudável em nenhum mercado e a responsabilidade de continuarmos a ter um mercado competitivo e amplo é dos fornecedores. Protejam nosso mercado! Não deixem aventureiros arrasarem os preços nas vendas virtuais, pois balizam os preços muito por baixo e os consumidores tem em suas mãos uma ferramenta poderosíssima que é o smartphone. Consultam os preços dentro das nossas lojas. Não há condições de concorrermos com empresas que não tem o lucro como objetivo. Precisamos gerar lucro para investirmos em novos pontos de venda e gerarmos mais vendas. Ajudem a construir um mercado sólido, responsável e sustentável. Caso contrário, seus negócios também sucumbirão para o virtual.

A Amazon é investigada pela União Europeia por dumping e destruiu o varejo de pequenas e grandes livrarias na França e no Brasil. A lógica é simples. Destrói a concorrência num primeiro momento vendendo a qualquer preço com o objetivo de conseguir a maior participação de mercado possível. Alcançado esse objetivo, a próxima etapa é espremer os fornecedores para terem maiores lucros. Nesse momento o mercado atual de varejistas já estará muito vulnerável e com seu potencial de vendas reduzido. Resultado: concentração em um cliente que manipula e refaz sua política com a conveniência do momento. Lembrem-se que nosso mercado é muito pequeno na economia brasileira. Somente a rede Havan fatura mais que todo o nosso segmento.

Outro problema recorrente é a atuação do market place e mercado livre. Robôs são apontados como os responsáveis pelos baixos preços dos grandes operadores de internet. Ocorre que um sujeito, na garagem ou no quarto da sua casa opera um market place com quantidades reduzidas e margens diminutas tendo em vista que a operação é de baixíssimo custo. Até 70, 80 mil reais a operação é saudável até que a necessidade de crescimento faz aumentar os custos fixos e o que era um bom negócio enquanto pequeno, acaba por afundar quando cresce a operação. Esses pequenos operadores serão os grandes responsáveis pelos baixos preços na internet? Lojistas também entram na guerra de preços não percebendo o mal que fazem ao próprio mercado. Já temos vários exemplos de insucessos, como Bebê Store e Bonanza. Além disso, esses canais são utilizados para venda dos produtos furtados em lojas ou das mercadorias roubadas dos caminhões nos transportes para as lojas.

Queremos abrir espaço para nos dedicarmos, varejistas e fornecedores, a fazer um planejamento estratégico para o nosso mercado protegendo os varejistas convencionais, dedicados ao negócio, dedicados ao segmento de brinquedos, que é a base mais confiável e estável para os fornecedores.

Unimo-nos na ALBB com o intuito de unificar e potencializar nossas ideias para o bem comum do mercado de brinquedos.

Acesse os links abaixo:

• https://exame.abril.com.br/revista-exame/para-dafiti-e-netshoes-a-briga-e-de-vida-ou-morte/

• https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2017/04/dafiti-diminui-prejuizo-em-2016-mas-continua-no-vermelho.html
• https://glamurama.uol.com.br/para-ceo-da-dafiti-philipp-povel-gerar-lucro-nao-e-a-sua-maior-tarefa-oi/
• https://www.valor.com.br/empresas/5724471/prejuizo-da-netshoes-cresce-86-no-segundo-trimestre
• https://oglobo.globo.com/cultura/franca-aprova-projeto-de-lei-contra-dumping-da-amazon-10239435
• https://www.infomoney.com.br/negocios/grandes-empresas/noticia/8538919/amazon-na-mira-de-uniao-europeia-em-investigacao-antitruste
• https://www.editoraelefante.com.br/amazon-destroi/
• https://www.dw.com/pt-br/facebook-perde-mais-de-us-100-bilh%C3%B5es-em-valor-de-mercado/a-44840885
• https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2018/07/27/
internas_economia, 697792/por-que-o-facebook-se-desvalorizou.shtml
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